Em mais uma releitura para descontrair e descansar a mente, escolhi o Manual do Super-Herói, de Cláudio de Souza, publicado pela Ideia Editorial em 1976, um período em que os Manuais da Disney pipocavam nas bancas trazendo cultura e diversão para a criançada. E é justamente isso que este manual quer trazer, descompromissado com qualquer função didática, mas sem deixar de ser educativo em seu conteúdo.
No contexto dos manuais, que ensinavam os leitores sobre determinado assunto (cultura geral, economia, história, ciências etc.), o autor escreveu esta edição “ensinando” as crianças como elas podem vir a ser super-heróis e heroínas. Obviamente, não é um tema para ser levado a sério e os capítulos satirizam o tema, fazendo galhofa com a própria categoria de histórias em quadrinhos e personagens tão bem conhecidos por todos nós. Mas o que poderia parecer um tiro no pé é uma grande brincadeira que trata o tema com bom humor, associado as simpáticas ilustrações de Michio Yamashita.
Apesar do tom de sátira, o manual também traz informações culturais (os primeiros capítulos trazem dados sobre os heróis da mitologia) e ensina o leitor a ter autoestima, se olhar no espelho e se enxergar como um “súper”. Considerando que, na época em que foi lançado, o bullying ainda não era tratado com a seriedade que é hoje e as crianças tímidas que gostavam de super-heróis eram hostilizadas pelos colegas atletas, o manual cumpriu uma importante função social e motivacional para crianças com a estima em formação.
Entre informações inúteis sobre como escolher uma palavra mágica, um equipamento adequado e até mesmo um arqui-inimigo ou os “dez mandamentos” do super-herói, o jovem leitor também se diverte com a sátira ao universo dos super-heróis e aprende a usar o maior de todos os superpoderes, que tem criado super-heróis desde sempre: a imaginação. É um livro para ler despreocupadamente, dar boas risadas e estimular a criatividade.
Manual do Super-Herói
190 páginas
Autor: Cláudio de Souza
Raio X 