A famosa pergunta sobre se estamos sozinhos no Universo deu margem para muitas produções cinematográficas. Algumas apresentam aliens amigáveis, enquanto outras mostram os visitantes querendo invadir nosso planeta. Mas nenhum deles foi tão grandioso quanto Independence Day (1996), longa-metragem que completa 25 anos de sua estreia em 3 de julho, véspera do dia em que os Estados Unidos celebra sua independência.

O longa que redefeniu o cinema catástrofe.

Uma superprodução que redefeniu o gênero do cinema catástrofe, ID4 teve um orçamento de US$ 75 milhões e lucrou US$ 817,4 milhões ao redor do mundo, tornando-se o grande campeão no ranking dos filmes mais vistos de 1996. O interessante é que o segundo colocado também é um representante do gênero catástrofe, ams ficou bem abaixo desses valores: Twister faturou pouco mais da metade (US$ 494,4 milhões) com um orçamento bem maior, de US$ 92 milhões.

Terrestres saúdam os aliens. Na época, pareceu uma boa ideia…

Visto hoje, o filme pode parecer bem infantil e com sequências absurdas, principalmente a solução dada para a derrota dos alienígenas, mas na época, foi uma sensação indescritível ver as gigantescas espaçonaves sobre o planeta, bem como a explosão do edifício Empire State e da Casa Branca, pontos turísticos dos mais conhecidos no país. A produção multimilionária foi repleta de curiosidades de bastidores, dos quais trazemos dez deles abaixo:

Vírus? Esperem mais 25 anos pra verem o que é um vírus mortífero de verdade…

1 – Já começamos desmistificando uma injustiça: a derrota dos alienígenas foi absurda? Pois saiba que ela foi inspirada em A Guerra dos Mundos, eterno clássico de H. G. Wells, de 1897. A diferença é que Wells usa vírus e bactérias para contaminar os invasores em sua obra, enquanto que o filme apela para o lado mais tecnológico e usa um vírus de computador (Ok, vamos combinar… isso não torna a ideia menos inverossímil…).

Cena icônica

2 – A destruição da Casa Branca teve que ser filmada uma vez só. A equipe de efeitos especiais construiu uma maquete gigante (tinha 3m X 1,5m) e colocou 40 cargas de explosivos ao redor dela. Como a cena não podia ser refeita, tomou uma semana para ser planejada. Fogo e destroços foram adicionados em computação gráfica. O resultado ficou tão bom que ela foi utilizada no final do passeio do filme nos Estúdios Disney/MGM. No entanto, após os ataques de 11 de Setembro de 2001, os responsávveis substituíram por uma cena de Armageddon (1998), atendendo às reclamações dos visitantes.

Referências

3 – Logo no início do filme (cerca de 9 minutos), uma televisão exibe cenas do filme O Dia em Que a Terra Parou (1951), outro clássico sobre alienígenas invasores.

Espaçonaves com escalas gigantescas.

4 – O diâmetro da nave-mãe é de 550 quilômetros (342 milhas), enquanto que os “pequenos” destróiers localizados sobre as cidades possuem 24 quilômetros (15 milhas) de diâmetro.

Poster do filme na Terra-96

5 – Tom Cuise – que faz aniversário hoje e estrelou o filme Nascido a 4 de Julho (1989), também relacionado à data da independência americana – foi cogitado para o papel do piloto Steven Hiller. Cruise nem precisou ficar triste por não ter ganho o papel, porque em 2005, ele estreou o filme A Guerra dos Mundos, cuja temática também é uma invasão alienígena. Outros nomes que correram nos bastidores foram os de Eddie Murphy, Johnny Depp, Jean-Claude Van Damme e Keanu Reeves.

Nave em escala “real”, feita em estúdio.

6 – Para poupar recursos financeiros, a maior parte dos efeitos do filme foram feitos em estúdio mesmo, usando miniaturas e maquetes. Os efeitos digitais foram usados apenas onde havia grande dificuldade técnica. A nave espacial da Área 51, por exemplo, é um modelo em escala real, que mede 20 metros de largura. Por outro lado, TODOS os aviões usados no filme (exceção feita ao biplano pulverizador) são modelos ou criados digitalmente.

Cenas noticiosas traziam apresentadores reais.

7 – Em todas as cenas de noticiários divulgando os ataques foram utilizados jornalistas reais, já que os produtores acreditavam que atores não seriam convincentes apresentando essas notícias. No total, foram mais de 70 cenas jornalísticas.

Discurso do presidente: fala motivadora para o estúdio.

8 – O título “Independence Day” estava registrado pela Warner Bros. na época e a 20th Century Fox, realizadora do longa, não poderia utilizá-lo. Por esse motivo, o estúdio preferiu a versão resumida ID4. Outros nomes sugeridos foram “Invasion”, “Sky on Fire” e “Doomsday”. No entanto, os produtores Dean Devlin e Rolland Emmerich insistiram para que a Fox batalhasse pelo direito de usar o nome original. Tanto que adicionaram a fala final do discurso do presidente com o objetivo de motivar os executivos a enfrentar a luta legal. Duas semanas depois, o direito ao título foi conquistado.

Entregando spoilers de produções futuras.

9 – O garoto Dylan (Ross Bagley), o filho do personagem de Will Smith, aparece brincando com uma miniatura de King Gidorah, um dos monstros que são rivais de Godzilla. Trata-se de uma pista de que o diretor Rolland Emmerich estava envolvido na produção de um longa-metragem do lagartão, lançado dois anos depois, em 1998.

Vinte anos depois… eles voltaram!

10 – Vinte anos depois, estreou nos cinemas a continuação do filme: Independence Day – O Ressurgimento (2016). No filme, os eventos do longa original são mencionados como “A guerra de 96”. Por sinal, a sequência foi solicitada ao roteirista Dean Devlin logo após o sucesso do primeiro longa, pela qual ele recebeu uma alta quantia em dinheiro, mas após escrever o roteiro, Devlin achou que o enredo não estava à altura do primeiro filme e devolveu o pagamento ao estúdio. Por isso, a continuação demorou tanto tempo para ser realizada.

Quer topar com um alien desses? Eu, não…

Independence Day ganhou 35 prêmios, incluindo um Oscar de melhores efeitos visuais. Depois de 25 anos, perdeu um pouco de seu impacto original e o roteiro peca pela falta de verossimilhança, além do ufanismo exagerado, mas ainda cumpre bem o papel de entretenimento descompromissado. O tema, no entanto, nunca envelhece e continua alimentando a imaginação humana: haverá vida fora da Terra? E, o mais importante: serão amigáveis? A resposta, é melhor que continuemos sem saber…

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